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quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Os caminhos e descaminhos da oposição em Fátima.

 Está se aproximando a posse de Binho de Alfredo e do agrupamento político que o ajudou a chegar ao posto de mandatário do município de Fátima. Com essa ação, trocam-se as bolas do jogo político. Quem era oposição vira situação e o fragmentado grupo político que estará oficialmente entregando o comando do município no próximo dia 31 passará à condição de oposição.


Para o bem da boa política e, por consequência, do futuro da nossa cidade, é importante que a oposição perceba algumas nuances e estratégias que levaram o grupo político encabeçado por Binho à uma caminhada vitoriosa nas últimas eleições municipais. Estar junto a população durante os quatro anos, mesmo tendo perdido as últimas eleições parece ter feito de Binho um político diferenciado e bem visto pelo eleitor.
O fatimense sabe que a cidade sempre foi um tanto órfã de oposição em sua história política. Diversas figuras (ao menos nos últimos 20 anos) lideraram ou tentaram ser timoneiros do grupo divergente, entretanto, a característica política que se destacou nessas duas décadas foi uma forma estranha de fazer oposição que consistia em dar as caras nos seis meses que antecediam a eleição e se ausentar nos anos subsequentes.
Essa prática, com frequência, deixava uma carência de olhares vigilantes, que passassem a impressão, sobretudo para o gestor, de que estava sendo observado e que suas ações teriam as devidas consequências (boas ou ruins). E isso sempre gerou um efeito dominó, uma vez que passava ao regente da vez e seus “cabeças de grupo” a impressão de que tudo podiam e só agravava aquela velha incapacidade de diferenciar o que é público do que é privado.
Não é necessário enumerar o quão ruim para a democracia e para o desenvolvimento do nosso município isso foi. Tal prática, aliada a alguns gestores mal intencionados, ajudaram a nos trazer ao patamar atual, um município a beira do colapso e com uma política viciada em altíssimas cifras, vício esse, aparentemente abreviado nas últimas eleições.
Toda e qualquer agremiação política precisa do contraponto, é saudável que ideias divergentes sejam discutidas para o bem do município, dadas a conjuntura desenhada pelas urnas em 2020, é preciso compreender que a oposição precisará se reinventar e isso, repito, será muito bom para a política local.
Isto posto, compreendemos que a liderança que deseja fazer oposição à gestão a partir de 2021 deverá considerar que a política em Fátima mudou e mudou para melhor. Possivelmente, velhos caciques políticos e suas práticas decrépitas perderão espaço, assim sendo, é necessário que surjam figuras novas no campo político, contudo, atentai bem: “Novo” não é sinônimo de idade, uma vez que temos políticos novos tão retrógrados ao ponto de se alinharem à velha fórmula de Sorria, sumariamente rejeitada nas urnas.
Assim, a oposição fatimense precisará buscar uma nova configuração e isso nivelará por cima o debate e a forma de fazer política. Compreendendo que ser oposição não significa ser contra absolutamente tudo o que for proposto pela situação se aprenderá a pensar no município e em seu desenvolvimento, no bem comum.
Oxalá que esse novo tempo por aqui sirva de inspiração para esse nosso sofrido agreste/sertão e que as velhas práticas clientelistas sejam extirpadas de vez da política, abrindo espaço para uma nova visão do fazer político. Desejamos sorte ao novo prefeito e que ele saiba carregar nos ombros a responsabilidade de gerir um município saqueado nas finanças e, em grande medida, na esperança de conquistar uma vida melhor através das boas práticas políticas. Que a abertura universitária da última década promova uma sociedade mais consciente e que saiba escolher e cobrar dos seus políticos. Que venham dias melhores.
- Observatório Fatimense.

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