O resultado obtido através das urnas em 2020 foi absolutamente avassalador. A vitória da oposição em Fátima deixou profundas marcas no orgulho e no conformismo de alguns.
Nesse contexto, verdadeiras teorias da conspiração foram criadas a fim de acalentar alguns e justificar tal resultado. Uma delas, talvez a mais famosa, afirma que, na reta final de campanha, Sorria teria aderido à campanha de Binho.
Não que achemos isso impossível, vindo de Sorria nada há de nos surpreender, mas acho improvável, uma vez que há um abismo ideológico entre ambos e essa adesão não se encaixaria no perfil do eleitorado do agrupamento de Binho de Alfredo.
Contudo, essa história e outras, como a que afirma que o prefeito teria, secretamente, ordenado a um dos seus seguidores que apostasse uma caminhonete Hilux na candidatura de Binho dando três mil votos de frente, só reforçam a ideia de que o grupo da situação sentiu-se traído pelo seu maior cacique. Os áudios vazados no pós eleição dão conta de um grupo arrasado pelo abando ao qual foram submetidos e prova que Sorria, de fato, traiu a confiança daqueles que mais esperavam dele.
Quando iniciou o ano de 2020 todos esperavam que o prefeito tomasse uma posição. Tanto a oposição quanto o seu próprio grupo, que aguardou a tomada de decisão do chefe político que nunca vinha. Os meses foram se passando e o agrupamento da situação foi se dissolvendo enquanto aqueles mais devotados ao prefeito alimentavam as esperanças de que ele lutaria para se reeleger. “Sorria não perde”, diziam alguns mais crédulos.
Mas o tempo é inexorável e tudo o que o agrupamento da situação ganhou foi frieza. Parte dele, cerca de 20 pessoas, chegaram a ir à casa do então mandatário para, literalmente, implorar pela sua candidatura e nenhuma resposta concreta obtiveram. Para a surpresa de todos, no dia seguinte ao episódio dos aloprados, de Salvador Sorria anuncia a candidatura de um dos vereadores do seu grupo que, a bem da verdade, serviu de testa de ferro naquela situação.
Tudo isso, a bem da verdade, criou no grupo situacionista uma atmosfera de traição. Até o sábado à noite, aqueles mais amoriscados, ainda aguardavam que Sorria “caísse no campo” e revertesse a situação. Sorria não o fez, preferiu, como já indicava desde o início, cruzar os braços e deixar o trem passar. E o trem passou, foi arrasador pela força política da liderança de Binho e pela condição de absoluta indefesa do grupo da situação negligenciado por Sorria.
- OBSERVATÓRIO.
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