A Olaria é considerada a mais antiga das
indústrias. O oleiro, profissional das olarias, é aquele que confecciona
utensílios ou objetos à partir da argila.Ainda no neolítico, os homens primitivos começaram
a substituir cabaças, cacos de cocos e demais vasilhames naturais por vasos de
cerâmica. Teria início ali a arte de moldar o barro para a produção de objetos
que facilitavam a vida das pessoas.Diversos povos indígenas brasileiros faziam uso
variado da cerâmica. Aqui mesmo na região nordeste da Bahia os kirirs, que
habitavam toda esta área, já faziam uso do barro moldado bem antes da chegada
do portugueses. Os exemplos mais eloquentes disso são as urnas funerárias
(vasos de cerâmicas onde ossos humanos eram sepultados em rituais fúnebres)
encontradas em Paripiranga nos anos 1970 e em Cícero Dantas na construção do
estádio municipal.Mas a variação da olaria mais conhecida entre os
sertanejos é mesmo as tendas responsáveis pela fabricação de telha, adobe
(“adobo”, para nós) e ladrilhos, utilizados na construção civil. Essas oficinas
eram amplamente populares. Em nossa região, funcionaram por décadas, sendo
substituídas pelas modernas fábricas cerâmicas no início dos anos 1990. As olarias tinham sempre a mesma arquitetura. Uma
estrutura aberta, sustentada por colunas de madeira e um telhado enorme que,
devido ao tamanho exagerado curvava-se com frequência, dando campo ao surgimento
do ditado popular “Mais curvado do que espinhaço de olaria”, geralmente
empregado à pessoas com patologias na coluna vertebral que andavam com as
costas curvadas. Contavam ainda com o barreiro, um buraco no chão umedecido de
onde a matéria prima, o barro, era retirado e um forno para o cozimento da
produção.Em Fátima, um dos mais famosos oleiros foi o senhor
Raimundo Gonzaga dos Santos, popularmente conhecido como Raimundo Oleiro. Este,
inclusive, dá nome à rua onde ficavam as suas duas olarias.Raimundo Oleiro chegou à Fátima nos anos 1960, era
natural de Itabaianinha, Sergipe. A sua olaria forneceu adobes, telhas e
ladrilhos para a maior parte das antigas construções fatimenses. O trabalho
junto aos filhos gerou material para construir as primeiras casas da cidade.
Suas olarias funcionaram de 1962 a 1995 quando ele se aposentou. O ofício
rendeu uma vida relativamente confortável para Raimundo e sua família que foi
sustentada durante décadas através do ofício.Seu Raimundo faleceu no dia 15 de setembro de 1999
aos 74 anos, deixando numerosa família que ainda reside na cidade, a maioria
dos quais, na rua que carrega o seu nome. FONTE:https://historiadefatimaba.blogspot.com/
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